Os usos dos tempos verbais da língua inglesa não correspondem perfeitamente aos da língua portuguesa. Uma das diferenças mais recorrentes é quando usamos o Present Continuous para falar de uma ação futura.
Present Continuous (também chamado de Present Progressive) é aquele tempo terminado em ing – going, doing, working etc. – que é frequentemente traduzido para o nosso Gerúndio – indo, fazendo, trabalhando.
Mas quem nunca o viu sendo usado para falar do futuro?
E como se distingue um do outro?
O Present Continous é usado para se referir ao futuro quando a ação futura é algo certo, objetivamente ou subjetivamente.
OBJETIVAMENTE:
O Present Continuous se refere ao futuro de maneira objetiva quando a ação futura está de alguma maneira iniciada.
Por exemplo:
- I’m going to England tomorrow.
- Vou para a Inglaterra amanhã.
Literalmente, a tradução da frase acima seria “estou indo para a Inglaterra amanhã”, e não “vou para a Inglaterra…”. Porém, tal tradução (a literal) não faz sentido em português. A menos que se estivesse indo para a Inglaterra naquele exato momento.
Note que a tradução escolhida “vou para a Inglaterra” é literalmente equivalente ao Simple Present “I go to England”, porém não é a tradução correta, pois não exprime o mesmo sentido.
Lembrando que quando o Present Continuous se refere a uma ação futura, ele se refere a ela como algo certo.
Uma viagem consiste em uma série de etapas – desde a compra das passagens, reservas em hotéis até o próprio embarque e desembarque. Quando, por exemplo, as passagens estão compradas, considera-se a viagem como algo certo, portanto, em inglês, o tempo verbal adequado para transmitir essa certeza é o Present Continuous.
Outro exemplo
Suponha que um estudante confira os resultados de um vestibular que prestou e se vê na lista dos aprovados. Ele, estando aprovado, pode muito bem se referir ao fato com o Present Continous:
- I’m going to College!
- Eu vou para a universaidade!
Ora, o estudante não está indo NAQUELE MOMENTO para a universidade. É muito provável que faltem ainda meses para o início das aulas, logo ele não está falando de algo presente, mas de algo futuro. No entanto, ele foi aprovado, assim, tecnicamente, não há nada mais que o impeça de ir à universidade, a universidade é ALGO CERTO. Por isso ele pode usar o Present Continuous para falar de um evento futuro, pois tal evento é algo certo.
SUBJETIVAMENTE:
Quando a pessoa tem uma forte certeza de que algo vai acontecer, ou uma forte determinação em fazê-lo, ela pode usar o Present Continous para se referir àquela ação. Pois há uma certeza tão forte – ou a intenção de demonstrar tal certeza – que se considera a ação como algo certo. Nestes casos a certeza não é objetiva, é SUBJETIVA.
Exemplo:
- I’m wining this game!
- Eu vou vencer este jogo!
Usando o Present Continuous transmite-se uma profunda convicção naquilo que se está dizendo.
Outro exemplo
Suponha que o mesmo estudante anteriormente citado não tenha ainda feito o vestibular. Dessa forma, ele não pode se referir ao seu ingresso na universidade como algo OBJETIVAMENTE certo, pois a vaga não é sua ainda, ele precisa da aprovação. Porém, se ele tiver uma profunda convicção, uma forte certeza e determinação de que vai passar na prova, sua entrada na universidade é algo SUBJETIVAMENTE certo, não objetivamente. Assim, ele pode usar o Present Continuous, transmitindo uma forte certeza de que aquele evento futuro vai se realizar.
- I am going to College!
- Eu vou para a universidade!
No primeiro caso existe algo de objetivo na concretização da ação (passagens compradas, vestibular aprovado); no segundo há apenas algo subjetivo, uma intenção ou forte crença naquilo (a vitória no jogo; a aprovação no vestibular).
Percebe-se que não há equivalência perfeita entre os usos dos tempos verbais entre as duas línguas, o que pode gerar – e gera! – confusões no entendimento do que se está lendo ou ouvindo. Somente com a prática e uma série de coisas levadas em consideração, como contexto, tom de fala etc., que tais diferenças vão se tornando naturais e automáticas no uso do inglês.