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APRENDER UMA LÍNGUA NÃO É COMO ANDAR DE BICICLETA. VOCÊ ESQUECE

Não existe esse negócio de aprender uma língua por temporadas. Começa, para, começa para. É muito comum iniciarmos um projeto de aprendizagem de um idioma com muita empolgação – aquele gás inicial – e com o tempo irmos desanimando e, por fim, pararmos em virtude de alguma dificuldade – falta de tempo, de dinheiro, o sentimento de que não estamos avançando etc.. Aí, depois de alguns meses ou anos, somos assediados pela vontade ou necessidade de voltar aos estudos e aprender de vez aquele idioma. E o ciclo se repete.

Já escrevi em outras postagens sobre os motivos que nos levam à desistência, não vou repeti-los aqui.

Vou agora falar do que se passa durante este período “entre temporadas”.

A mente humana tende a reter com facilidade de armazenar de maneira duradoura em particular dois tipos de coisas: (1) aquilo que é relevante e (2) aquilo que impacta.

(1) Relevante é tudo aquilo que nos importa, que temos por necessário para a nossa vida. Portanto, tudo aquilo com que temos contato frequentemente é entendido pelo nosso cérebro como relevante. Ele automaticamente lhe credita importância e o deposita na gavetinha das coisas valiosas, ao invés de deixa-lo sobre a mesa à mercê dos ventos do esquecimento.

(2) Impactante é aquilo que nos marca de maneira profunda. Quem não se lembra, por um bom tempo, de eventos que mexeram com suas emoções: um velório, um casamento, o dia de formatura etc.?

Quando estamos “fora de temporada” nos estudos de um idioma, perdemos uma única coisa que leva embora consigo os dois elementos acima: o contato constante.

Sem contato constante com a língua, nosso cérebro a classifica como irrelevante; sem contato constante com a língua não passamos por situações em que somos impactados pelo idioma: uma música, um poema, uma fala em algum filme etc..

Para aprender uma língua, é preciso ter algo muito bem definido consigo mesmo: DECISÃO.

É preciso decidir-se e determinar-se. É preciso fazer votos e dispor-se a nunca mais – veja bem, NUNCA MAIS – perder o contato com o idioma.

Se estamos em dificuldade, não podendo pagar por um curso ou por aulas particulares, o segredo é partir em carreira solo: assistir filmes, séries, músicas, ler livros, decorar trechos e poemas, não importa! A partir do momento que DECIDIMOS aprender aquela língua, temos que decidir também NUNCA MAIS perder o contato com ela.

De outro modo, esse vai-e-vem, esses picos de estudos intercalados por vales de inatividade, só vão nos roubar tempo, dinheiro e a cada retorno o ânimo volta menor e menor.

Não falo aqui de estudos sistemáticos e rigorosos à maneira autodidata. Falo de alguns minutos diários: aquela meia hora do almoço, aqueles “minutinhos” gastos em redes sociais antes de dormir, aquele tempo desperdiçado no busão, e por aí vai…

Tenha sempre algum material, seja no celular, um livro. Ouça músicas, traduza-as; assista filmes, pause, volte e anote trechos para estuda-los melhor depois; leia artigos de seu interesse no idioma desejado; cante no chuveiro; participe de grupos, fóruns; e, por que não, estude, na internet mesmo, tópicos gramaticais que não lhe são claros ainda.

Tudo isso é possível fazer com 20 minutinhos por dia. Sem sistematização. E a recompensa vale a pena: manter aquela língua aquecida e presente na sua vida.

Faça uma decisão! Determine-se! E não perca nunca esse contato. Só assim os tais períodos “fora da escola” não lhe roubarão tudo o que você gastou tempo, suor e dinheiro para conquistar! Caso contrário – conselho de amigo –, nem comece. Invista esse tempo, dinheiro e energia em outra coisa.

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